segunda-feira, 8 de março de 2010

Fidelidade de serviços só presta com chope

Essa papo de fidelidade de serviços nunca foi muito a minha praia. Ops, antes de qualquer dúvida, explico: fidelidade marital eu tenho até de sobra. M’Arrudão é meu, ninguém tasca, e eu não o deixo por ninguém. Fora meu Alexandre, não sou fiel. Não imagino – e nem quero - debater a relação com aquela manicure que tira um bife atrás do outro. Prefiro procurar o salão, a lavanderia, o sapateiro, a operadora de celular ao lado.

Mesmo detestando esta tal fidelidade de serviços, não nego que em boteco a história é outra. E tudo é mais sério. O contrato tácito é seguido à risca. Depois que a relação de confiança está estabelecida, tudo são flores em locais não tão glamurosos, mas amadíssimos pelo casal Justo-Arruda.

Quando estávamaos na Domingos Ferreira, em Copa, a paixão do casal – sem direito a ménage à trois – chamava-se Lene, garçonete do Café e Bar Pierrot. Lá, nós tínhamos direito a mesinhas e cadeiras (leia-se bancos e barris) mesmo nos dias mais lotados, com cervejas geladíssimas repostas sem delongas.

Em 2008, pela força da mudança para a Prudente de Moraes, em Ipanema, a fidelidade pela Lene acabou. Durante a bela campanha do Fluminense rumo à Libertadores, nos tornamos amigos do seu Zé, no Café e Bar da esquina das ruas Vinícius de Moraes e Nascimento Silva. A grana andava curta, ver jogo de futebol em casa com M’Arrudão é mais entediante do que missa de sétimo dia e o bar nos oferecia cerveja gelada no balcão com direito a TV.

De tanto me esgoelar pelo esquete tricolor, seu Zé se apegou – e nós também! A cada vitória, ele nos dava uma cerveja grátis. Pra desespero do Alexandre (que é um vascaíno de meia-tigela), todo mundo no boteco passou a chamá-lo de tricolor. Seu Zé gostou tanto da gente que se eu passasse à tarde apenas para um cafezinho, ele fazia questão de dizer que era cortesia da casa. Jamais cobrava. Na despedida de Ipanema, lotei o bar com os amigos do coração. Seu Zé até se emocionou com freguesia tão seleta e ensaiou lágrimas quando disse que estava partindo pra França, em missão de estudos.

Agora, em Laranjeiras, nosso coração está a mil pelo Cris e a turma do Serafim (Serafa para os íntimos), na rua Alice. Já conquistamos a saideira gratuita e até o pendura proibido. Bom demais chegar e só falar: “O de sempre, por favor!” As notícias por lá não são as melhores, mas isso daí já é uma outra história...

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