sábado, 6 de março de 2010

Tem choque de ordem em Paris?



Uma passagem paga em mil vezes sem juros da Air Europa me fez voltar à Paris, em 2007. Foram 21 dias de férias, sozinha. Junto com a passagem paguei mais duas semanas de curso de francês na minha escola do coração, a France Langue da Place Victor Hugo.

Como dei entrada com antecedência, achei que juntaria dinheiro ao longo dos meses pros gastos na minha cidade preferida no mundo. Esse negócio de economizar nunca foi comigo e, nas vésperas da viagem, tinha o básico pra ficar na Cité Universitaire e pagar o bandejão. Ia também passar uns dias na casa da Manu, irmã da Carol Zappita, em Londres. Ou seja, mais gastos – bem gastos, mas não tinha de onde sair a grana. Afinal na época era funcionária do JB, um tipo de sujeito que não consegue fazer graça nem com as contas do mês, imaginem viagem à Europa.

Corri então pra minha mãe e pedi: “faz aí uns chaveiros com fitinhas do Senhor do Bonfim e umas pedritas brazucas, vou vender no curso”. Ao chegar em Paris, quem disse que eu tinha coragem de oferecer os penduricalhos pros colegas internacionais? A bagagem estava, no entanto, lotada de souvenirs by dona Eliana.

Não tive dúvidas: vou camelotar. Discretamente, já que tinha medo de ser pega pelo choque de ordem do Bertrand Delanöe. E fui. Peguei espaço na feirinha da Place de Luxembourg, espalhei os chaveiros por cima de um lenço lindo, e fiz sucesso. Vendi pra burro. O que sobrou, desovei batendo de porta em porta, tal qual vendedora da Avon.

Et voilà. Com a receita, conheci a casa do Monet (foto), em Giverny, o Parque Asterix e tomei chopes maravilhosos em Bruxelas.

Um comentário:

  1. Na época, fiquei achando o máximo, minha filha dando uma de camelÔ, em Paris, com as minhas mercadorias !!!!!!.Contei pra todo mundo.

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