quarta-feira, 10 de março de 2010

Bufê Brasil



O que eu mais gosto nas viagens é a comida. Coisa de gente que tem alma gorda. Como toda minha família é assim, nem ligo. Sigo – com galhardia – a sina dos que estão sempre na luta contra a balança, vivendo neste país que oferece tão diferentes iguarias de norte a sul. Veja só, tem coisa mais sem graça do que ir ao Pará e não comer peixe de rio, castanhas em profusão, tucupi e tacacá?



Bom, eu me jogo sem medo. A experiência do tacacá, agora em dezembro, foi péssima. Aquela gosma causou-me náuseas. Fazer o quê? Experimentar de tudo faz parte do jogo. Na saborosa memória gustativa, ficaram os deliciosos sorvetes, os recheios de cupuaçu, a carne e o queijo de búfala de Marajó e os peixes.


Já em Minas, a orgia gastronômica foi no Xapuri, na Pampulha. Afeee, quanta coisa boa. Carne de porco, regada a cachacinha, bolinhos de aipim, doces caseiros. Mal dava pra levantar depois de tanto comer. Já São Paulo é aquilo. Tiramos onda de mano na badalada rua Aspicuelta, mas fomos nos fartar na festa da Santa Achiropita, seguindo orientações da imprescindível Anastácia (http://anastacianafeira.blogspot.com/) e depois, claro, numa tradicional cantina italiana onde tinha até um galo bizarro de madeira que descia (não lembro bem por quê) e “cantava” no meio do salão.

Quando – em priscas eras – fui ao Maranhão me deliciei com pata de caranguejo, caldo de sururu e moqueca de siri catado, já provado e aprovado em Salvador, quando estive lá pela primeira vez pra cobrir o ‘show-concerto’ do Pavarotti, pelo jornal O Dia. Com Alexandre, a gente se fartou no Iemanjá, também na capital baiana. “E desce mais um acarajé – peloamordedadá!”.

Opa, Dadá é de outro estabelecimento. Quando fui a Salvador pela primeira vez – para cobrir o tal ‘show-concerto’ - tive uma das visões mais felizes para almas gordas. O canal, que fez o convite aos jornalistas, fechou o Varal da Dadá, no bairro Alto das Pombas, para o jantar após a cobertura do evento. Todos os pratos – dispostos em bufê – só pra gente.

Pra mim, comida boa tem em todo canto, mas cada uma com seu Q especial. Ao meu paladar, a Bahia é campeã, mas eu sou suspeita, talvez pelos laços de família que me unem ao estado. Afinal, quando fui a primeira moradora da casa da minha avó, após sua morte, a única garrafinha que resistia na geladeira era de azeite de dendê. Como eu trairia, então, minha tão amada vó Gilda?

(As fotos foram feitas no mercado Ver-o-Peso, em Belém, dezembro de 2009)

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